segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Maus, de Art Spiegelman

SINOPSE: Maus, rato, em alemão, é a história de Vladek Spiegelman, judeu-polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. O livro é considerado um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos. Foi publicado em duas partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991. No ano seguinte, Maus ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de Literatura. A obra é um sucesso estrondoso de público e de crítica. Desde que foi lançada, tem sido objeto de estudos e análises de especialistas de diversas áreas, artes, história, literatura e psicologia. Em nova tradução, o livro é agora relançado com as duas partes reunidas num só volume. Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos são cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto. Spiegelman, porém, evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para dar espaço a dúvidas e inquietações. É implacável com o protagonista, seu próprio pai, retratado como valoroso e destemido, mas também como sovina, racista e mesquinho. De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo dos quadrinhos e um relato histórico de valor inestimável.

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Art Spiegelman é ilustrador, cartunista e autor de histórias em quadrinhos. Em Maus, ele relata a história sofrida pelo pai durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar de ser uma história emocionante, o autor não usa eufemismo. Relata a personalidade de seu pai, Vladek, como um oportunista, racista e mesquinho, contudo, também mostra a outra face, uma pessoa sonhadora, carente e amorosa.
A mãe de Art, Anja, está presente em todos os momentos da história, uma mulher frágil, que carregava a dor da guerra. E apesar de sobrevivente de Auschwitz, cometeu suicídio enquanto Art passava um fim de semana com sua namorada.
O autor, ainda explica a escolha para cada grupo, tendo:
Ratos como Judeus: eram vistos como “presas” pelos nazistas. A escolha também simbolizou a incapacidade dos alemães de dizimarem a “raça” por causa da enorme população na época.
Porcos como Poloneses: depois de críticas, Spiegelman explicou que a escolha teve base na “boa reputação” que os porcos têm com os americanos, graças aos programas de TV tradicionais (Miss Piggy, Pork Pig).
Gatos como Alemães: Conhecidos inimigos dos ratos. Temos a impressão de que, em relação ao rato, o gato pode parecer superior, mais inteligente e esperto. Essa era a visão que os nazistas tinham de si mesmos; raça superior e dominante sobre a mais fraca.
Sapos como Franceses: o autor queria dar um ar de sofisticação aos franceses, e em uma conversa com sua esposa nos quadrinhos – que, convertida, é desenhada como um rato – ele fala que coelhos seriam muito inocentes para os franceses, pois teriam sido anti-semitas.
Cachorros como Estadunidenses: Art desenhou os norte-americanos como cachorros por causa da clara antipatia americana com os alemães durante a Segunda Guerra.
A leitura é fácil e rápida. Não se utiliza uma linguagem complexa para contar uma parte da vida de alguém. É apenas a transcrição de conversas onde um pai conta ao filho sobre uma época de sua vida, alternando entre o passado e o presente, de acordo com o que a história é contada.
Uma história emocionante e verdadeira, que nos possibilita entender o que foi a Segunda Guerra Mundial pelos olhos de quem vivenciou, tentou fugir e proteger sua família.

2 comentários :

  1. Tem um tempão que esse livro tá na minha booklist. Quero muito ler!

    Bjokas,
    Blog Insanos Dezembros
    <3

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  2. Baixei esse livro no Kindle e nem sei como vai ser essa leitura, pra ser sincera.
    Acho que vou sofrer pra enxergar.
    Via toda vez na livraria, mas nunca tive coragem de comprar.
    Fui vendo algumas resenhas positivas, como a sua e fiquei animada.
    Provavelmente tente ele hoje :)

    xero
    http://rascunhosehistorias.blogspot.com.br/

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